Bem, no meu último post eu falei algo sobre a importância da arte na vida das pessoas e que todos deveríamos nos relacionar com algum tipo de arte de maneira profunda.
Pois bem, depois da crítica, aqui vai um pouco do meu aprofundamento. Este texto é resultado de uma pesquisa feita nas aulas de Linguagens Expressivas da FAAM (Faculdade de Artes Alcântara Machado) sob direção da professora Thereza Peric. A pesquisa baseou-se principalmente nas obras do artista brasileiro Volpi e do artista russo Kandinsky. Outras pesquisas menores sobre outros artistas foram feitas a cargo dos próprios alunos, baseados no livro "Relâmpagos" de Ferreira Gullar.
Além da aquisição de conhecimentos sobre os artistas estudados, a pesquisa visou também o aprofundamento, vivência e maior entendimento de obras abstratas.
O texto, de minha autoria, foi pedido como avaliação e, originalmente, não incluiu as imagens. Desfrutem! ;)

Além daquilo que enxergamos e utilizamos para nossas expressões, há ainda um outro plano de expressão: o abstrato. Nota-se que, além da técnica, existe outra grande dificuldade a ser ultrapassada na criação de uma obra abstrata: o desvinculamento do figurativo, passando daquilo que chamamos de real para algo que não existe no nosso mundo, o irreal.

Outros artistas ultrapassaram a linha que divide o figurativo do abstrato e gozaram de criações que fogem completamente da realidade. Artista como Volpi e Kandinsky. No entanto, Volpi e Kandinsky tiveram de traçar um longo caminho antes de chegar à abstração total de suas obras. Ambos começaram com obras figurativas e, aos poucos caminharam para a abstração.
Observando esta evolução desses dois artistas podemos entender no que implica a abstração. Muito além do que o simples conhecimento das formas e técnicas para executá-las, a abstração é um trabalho de auto-conhecimento, ou seja, entender aquilo que está dentro de nós. Para artistas como Volpi e Kandisnky existem dois mundos: aquele que os cerca e aquele que está em suas mentes.


Volpi não pára por aí. Sua tragetória foi marcada também pelo refinamento da própria abstração. A descoberta de sua fase concreta e a maturação das “bandeirinhas” constituiram importantes passos dentro de seu mundo irreal. Em suas últimas obras Volpi demonstra o resultado refinado de sua principal contribuição para a arte brasileira. Já não se faziam necessárias tantas “bandeirinhas” ou mastros. A grandeza de sua obra é representada pela simplicidade de uma ou outra “bandeirinha” acompanhada de um ou outro mastro.



Se observarmos e analisarmos as obras e as fases destes artistas, veremos o quão concisas são as soluções encontradas por ambos, Volpi e Kandinsky. Através de caminhos diferentes ambos tiveram uma profunda experiência com um mundo que só existe na mente humana e é único para cada indivíduo. Nota-se que a abstração não é um simples delírio sem base alguma. Pode-se dizer que a abstração é um caminho intencional que só existe graças ao seu oposto, o figurativo.
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