terça-feira, 20 de abril de 2010

Acerca do que nos tornamos

Parece papo de velho mas é verdade. Todos nós, em algum momento de nossas vidas (e não só em um, mas em vários) observamos de maneira curiosa no que nos tornamos, no que nossos amigos se tornaram e a divergência ou convergência de caminhos. Claro que a divergência é muito mais interessante. Com ferramentas extraordinárias de relacionamento como o orkut e, mais recentemente o facebook, temos a liberdade de bisbilhotar a vida de nossas antigas companhias e analisar o decorrer dos fatos. É uma viagem e tanto e podemos aprender muito com isso ou, no mínimo, nos divertir.

É engraçado como muitas vezes observando a realidade atual de algum indivíduo e olhando para trás vemos que já existiam sinais de que um dia ele poderia se tornar o que se tornou. Mais engraçado ainda é que naquela época nós nem nos demos conta desses detalhes. Detalhes que só começamos a observar com mais atenção depois de algum tempo de experiência em nossas vidas.

Eu vejo, por exemplo, pessoas com seus trinta e poucos anos... geralmente essas pessoas analisam as coisas com muito mais cautela e tem bagagem suficiente para prever certas situações apenas observando alguns detalhes. Alguns chegam até mesmo a exagerar um pouco e nessas observações e acabam vendo demais, se é que me entendem. Em contrapartida, raramente vejo essa postura em pessoas de vinte e poucos anos. Apenas alguns resquícios.

Outro extremo interessante sobre analisarmos o passado e o presente é quando percebemos que algum indivíduo se tornou algo completamente imprevisível. Aqueles casos em que todos os detalhes apontavam para um caminho e, no entanto, este caminho não foi seguido. Talvez detalhes menores estiveram fora do alcance de nossa percepção. Creio que isso aconteça com mais frequencia com pessoas introspectivas já que guardam pra si mesmas seu "eu" mais real.

Chega de analisar os outros. Olhe para você mesmo. E agora? Essa é a parte mais difícil. Será que chegamos onde queríamos chegar? Somos algo já? O que seremos? Para alguns a resposta é cruel, para outros é confortante. Entre altos e baixos, uns são, outros ainda serão e alguns nem chegarão a ser (infelizmente).