sexta-feira, 25 de junho de 2010

As artes e o homem: resistência ao óbvio

Houve um momento no desenvolvimento do homem em que este começou a desenvolver uma arte. A princípio, obviamente, esta arte se baseava na cópia daquilo que o homem via: a arte rupestre. Talvez, danças que imitam animais, etc, etc... não importa... o fato é que isto demonstra, desde sempre, uma enorme necessidade do homem de criar algo.

Não é a toa que esta necessidade é tão grande. Podemos comprová-la facilmente. As artes, a expressão artística do homem, em geral, nunca tiveram seu devido reconhecimento. Desde sempre os artistas em geral tiveram de dar seu pulinhos para sobreviver e em muitos momentos da história não passaram de meros empregados com a missão de satisfazer o gosto dos mais abastados. Mesmo assim, com tantas dificuldades, o homem nunca deixou de se expressar artisticamente. É uma necessidade vital. É a marca registrada do ser humano.

Esta necessidade provavelmente é uma consequência da complexidade do nosso desenvolvimento. A partir do momento em que começamos a ter delírios, sentimos a necessidade de refinar estes delírios. Mas o que quero dizer tem a ver com a identidade do homem atual.

A arte se tornou parte do desenvolvimento pessoal de cada indivíduo. Pessoas que entram em contato profundo com algum tipo de arte são mais civilizadas, inteligentes, etc, etc. Mas, como previsto, as artes não tem seu lugar ao sol como deveriam ter. Apesar de toda a necessidade da arte, o homem ainda não aprendeu sua importância no mundo. Muito pelo contrário, há uma inversão de valores. Ainda hoje a arte toma um lugar distante da vida da maioria das pessoas. Algo de pouca importância. Engraçado é saber que museos estão por toda parte, logo ali na esquina, mas tão longes ao mesmo tempo devido a pouca importância que se dá a eles.

A grande pergunta é, depois de tantos anos sofrendo para sobreviver à indiferença dos homens em geral e provando que ela veio pra ficar, quando vamos entender a importância disto? A filosofia, a física, a matemática, as línguas, a biologia, todas estas áreas de conhecimento do homem provaram sua importância ao longo dos anos e foram-lhes dadas as devidas atenções. Porém, as artes, que mesmo nunca tendo a devida atenção, até hoje sobrevivem e ainda assim não abrimos os olhos para elas.

É lamentável ver a raça humana ter todos os ingredientes ao seu alcance e mesmo assim estar em decadência pois resiste fortemente à usar as artes como parte integrante de seus conhecimentos, como parte integrante da sua formação pessoal.

Digo isso de maneira individual. As artes estão aí para serem apreciadas e entendidas desde o começo dos tempos. Só não se beneficia disso quem não quer. Acontece que, como já falei, nós ainda nem sabemos sua importância.

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