segunda-feira, 28 de junho de 2010

Kandisnky e Volpi: do figurativo ao abstrato. O caminho real que nos cerca, do conhecido, para o universo inatingível, intocável, apenas criado pela mente


 Bem, no meu último post eu falei algo sobre a importância da arte na vida das pessoas e que todos deveríamos nos relacionar com algum tipo de arte de maneira profunda.

 Pois bem, depois da crítica, aqui vai um pouco do meu aprofundamento. Este texto é resultado de uma pesquisa feita nas aulas de Linguagens Expressivas da FAAM (Faculdade de Artes Alcântara Machado) sob direção da professora Thereza Peric. A pesquisa baseou-se principalmente nas obras do artista brasileiro Volpi e do artista russo Kandinsky. Outras pesquisas menores sobre outros artistas foram feitas a cargo dos próprios alunos, baseados no livro "Relâmpagos" de Ferreira Gullar.

Além da aquisição de conhecimentos sobre os artistas estudados, a pesquisa visou também o aprofundamento, vivência e maior entendimento de obras abstratas.

O texto, de minha autoria, foi pedido como avaliação e, originalmente, não incluiu as imagens. Desfrutem! ;)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

As artes e o homem: resistência ao óbvio

Houve um momento no desenvolvimento do homem em que este começou a desenvolver uma arte. A princípio, obviamente, esta arte se baseava na cópia daquilo que o homem via: a arte rupestre. Talvez, danças que imitam animais, etc, etc... não importa... o fato é que isto demonstra, desde sempre, uma enorme necessidade do homem de criar algo.

Não é a toa que esta necessidade é tão grande. Podemos comprová-la facilmente. As artes, a expressão artística do homem, em geral, nunca tiveram seu devido reconhecimento. Desde sempre os artistas em geral tiveram de dar seu pulinhos para sobreviver e em muitos momentos da história não passaram de meros empregados com a missão de satisfazer o gosto dos mais abastados. Mesmo assim, com tantas dificuldades, o homem nunca deixou de se expressar artisticamente. É uma necessidade vital. É a marca registrada do ser humano.

Esta necessidade provavelmente é uma consequência da complexidade do nosso desenvolvimento. A partir do momento em que começamos a ter delírios, sentimos a necessidade de refinar estes delírios. Mas o que quero dizer tem a ver com a identidade do homem atual.

A arte se tornou parte do desenvolvimento pessoal de cada indivíduo. Pessoas que entram em contato profundo com algum tipo de arte são mais civilizadas, inteligentes, etc, etc. Mas, como previsto, as artes não tem seu lugar ao sol como deveriam ter. Apesar de toda a necessidade da arte, o homem ainda não aprendeu sua importância no mundo. Muito pelo contrário, há uma inversão de valores. Ainda hoje a arte toma um lugar distante da vida da maioria das pessoas. Algo de pouca importância. Engraçado é saber que museos estão por toda parte, logo ali na esquina, mas tão longes ao mesmo tempo devido a pouca importância que se dá a eles.

A grande pergunta é, depois de tantos anos sofrendo para sobreviver à indiferença dos homens em geral e provando que ela veio pra ficar, quando vamos entender a importância disto? A filosofia, a física, a matemática, as línguas, a biologia, todas estas áreas de conhecimento do homem provaram sua importância ao longo dos anos e foram-lhes dadas as devidas atenções. Porém, as artes, que mesmo nunca tendo a devida atenção, até hoje sobrevivem e ainda assim não abrimos os olhos para elas.

É lamentável ver a raça humana ter todos os ingredientes ao seu alcance e mesmo assim estar em decadência pois resiste fortemente à usar as artes como parte integrante de seus conhecimentos, como parte integrante da sua formação pessoal.

Digo isso de maneira individual. As artes estão aí para serem apreciadas e entendidas desde o começo dos tempos. Só não se beneficia disso quem não quer. Acontece que, como já falei, nós ainda nem sabemos sua importância.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Eu deveria estar apaixonada por ele"

Uma amiga minha, que está saindo com um cara, me disse q não está apaixonada por ele... e disse o seguinte "Eu deveria estar apaixonada por ele". O que ela quis dizer com isso é que, para que haja um relacionamento duradouro entre os dois ela deveria estar apaixonada. Mas será mesmo q as coisas só acontecem dessa maneira?

Pra ser bem sincero, eu não faço idéia da resposta... mas tenho meus palpites. Eu creio que não é só dessa maneira que duas pessoas podem ficar juntas num relacionamento harmonioso e bla bla bla...

Creio sim que a paixão é um caminho mais rápido e simples. É claro que, da mesma forma em que a paixão vem rápido, pode ir rápido tmb. Mas é uma maneira pela qual as pessoas se identificam muito intensamente. Logo vem aquela vontade esmagadora de estar perto daquela pessoa o tempo todo. Se isto não durar, pelo menos será muito bom enquanto durar, se for recíproco, claro.

Uma vez ouvi dizer sobre um estudo científico que dizia que o tempo de duração de uma paixão é de 4 anos. É um longo tempo!!! Eu mesmo achava que paixão não durava mais q alguns meses. Mas, de qualquer maneira, se a paixão termina e o relacionamento continua (de maneira harmoniosa), podemos dizer que estas pessoas se amam. Claro, afinal, criaram um certo afeto e conforto entre ambos que os torna um casal que se ama ou pelo menos se dão bem.

Este seria o caminho lógico que minha amiga imaginou como sendo o verdadeiro. Mas não creio apenas nesse caminho. A mente humana é vasta e repleta de possibilidades que nem imaginamos. Vou colocar aqui um possível caminho que imaginei.

Duas pessoas podem sim se conhecer e se sentirem atraídas uma pela outra sem estarem apaixonadas. Isto é comum e bastante transparente nos dias atuais. Outra coisa bastante comum é este "casal" continuar ficando uma vez ou outra mesmo sem estarem apaixonados. Bem, dessa maneira cria-se certa cumplicidade entre os dois mesmo sem o elemento paixão, ou seja, é uma amizade colorida. Simples e normal hoje em dia.

Vamos considerar que o amor vem com o tempo. Assim, amor é algo que se cria com a boa convivência entre pessoas. Por exemplo, amor entre irmão. Muito tempo juntos com bons momentos faz com que irmãos criem uma história juntos e uma cumplicidade. Isto podemos chamar de amor, claro.

De forma igual, porém não com os mesmos interesses, se dá o amor entre dois ficantes de longa data. Por que não? Essas pessoas convivem amorozamente com certa frequencia e criam laços. É um caminho perfeitamente possível, creio eu. Mas, óbviamente, isto não acontece com tanta frequencia quanto casais apaixonados, afinal, a grande dificuldade neste relacionamento é a abertura, ou seja, ambos estão livre para fazerem o que quiser. É um caminho mais longo a ser percorrido.

Bem, voltando ao assunto da minha amiga que acha que deveria estar apaixonada eu diria isto para ela: fique tranquila. Não tente ficar apaixonada que será pior. A paixão não tem data nem hora pra acontecer. Se você não está apaixonada, não quer dizer que este relacionamento não vá dar certo. Com certeza será diferente de como seria se estivesse apaixonada, mas nada diz que é impossível ficarem juntos.

Para concluir, acho que existe um conselho que é válido para qualquer uma das duas situações colocadas. Paciência!!! É preciso ter calma e ir devagar. A famosa frase "a pressa é inimiga da perfeição" é a chave de toda essa reflexão, principalmente para os apaixonados, que costumam ser mais ligeirinhos.. rsss.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Friends Diary: Só saio de casa se for pra me foder!

A primeira parceiria do Passa Cuia! Nada melhor do que compartilhar bons momentos com os amigos para quem quiser ver... Friends Diary ta ae pra mostrar um pouco do meu mundo social... eu tmb postarei neste blog!!!

Fiquem atentos ao post "Só saio de casa se for para me foder!"... adivinha quem é o protagonista da história? hehehe

ae vai!

Friends Diary: Só saio de casa se for pra me foder!: "É galera, ainda bem que pude presenciar a Dudu Prjadko dizendo isso.... Mudou a concepção que eu tinha da vida! Junho de 2009, Campos do Jor..."

terça-feira, 20 de abril de 2010

Acerca do que nos tornamos

Parece papo de velho mas é verdade. Todos nós, em algum momento de nossas vidas (e não só em um, mas em vários) observamos de maneira curiosa no que nos tornamos, no que nossos amigos se tornaram e a divergência ou convergência de caminhos. Claro que a divergência é muito mais interessante. Com ferramentas extraordinárias de relacionamento como o orkut e, mais recentemente o facebook, temos a liberdade de bisbilhotar a vida de nossas antigas companhias e analisar o decorrer dos fatos. É uma viagem e tanto e podemos aprender muito com isso ou, no mínimo, nos divertir.

É engraçado como muitas vezes observando a realidade atual de algum indivíduo e olhando para trás vemos que já existiam sinais de que um dia ele poderia se tornar o que se tornou. Mais engraçado ainda é que naquela época nós nem nos demos conta desses detalhes. Detalhes que só começamos a observar com mais atenção depois de algum tempo de experiência em nossas vidas.

Eu vejo, por exemplo, pessoas com seus trinta e poucos anos... geralmente essas pessoas analisam as coisas com muito mais cautela e tem bagagem suficiente para prever certas situações apenas observando alguns detalhes. Alguns chegam até mesmo a exagerar um pouco e nessas observações e acabam vendo demais, se é que me entendem. Em contrapartida, raramente vejo essa postura em pessoas de vinte e poucos anos. Apenas alguns resquícios.

Outro extremo interessante sobre analisarmos o passado e o presente é quando percebemos que algum indivíduo se tornou algo completamente imprevisível. Aqueles casos em que todos os detalhes apontavam para um caminho e, no entanto, este caminho não foi seguido. Talvez detalhes menores estiveram fora do alcance de nossa percepção. Creio que isso aconteça com mais frequencia com pessoas introspectivas já que guardam pra si mesmas seu "eu" mais real.

Chega de analisar os outros. Olhe para você mesmo. E agora? Essa é a parte mais difícil. Será que chegamos onde queríamos chegar? Somos algo já? O que seremos? Para alguns a resposta é cruel, para outros é confortante. Entre altos e baixos, uns são, outros ainda serão e alguns nem chegarão a ser (infelizmente).

quarta-feira, 24 de março de 2010

Filosofia e realidade

Tudo o que pensamos a respeito da vida, conduta, moral, etc pode ser englobado como parte de um conjunto que chamamos de filosofia. São as diversas filosofias que regem nossas vidas, que regem nossa postura diante das situações colocadas a nossa frente. Mas é engraçado como, por mais que refinemos nossas filosofias, por mais que passemos horas pensando e teorizando nossas filosofias a fim de torná-las perfeitas, na realidade, tudo pode dar errado. Dessa maneira acabamos nos frustrando e, na pior das hipóteses, cair em desgraça. Acabamos nos contrariando sozinhos pois a realidade acaba nos pegando de surpresa e agimos como se nunca tivéssemos pensado naquele assunto.

É para este ponto que quero chamar a atenção. Porque acabamos caindo em contradição mesmo depois de formar uma opinião tão sólida sobre determinados assuntos? Convenhamos que todos caimos em contradição uma vez ou outra e não é de se admirar que entremos em crise quando isto acontece. Se faz necessário pensar sobre isto de forma a entender este processo. Tenho aqui uma alternativa para tal fenômeno.

Vamos partir da física como ferramenta de exemplificação para o que quero explicar. Lembra daquelas "formulinhas" de física que você usava no colegial para descrever o trajeto de um corpo qualquer? tipo um ponto? Ou então aquelas fórmulas de eletrostática, de mecânica estática, etc? Pois é... aquelas fórmulas, sinto lhe dizer, são mentirosas. Elas não descrevem a realidade e jamais o farão de fato. É verdade que, graças àquelas fórmulas muitos problemas foram resolvidos, muitos carros se tornaram mais seguros, muitos prédios deixaram de cair, muitos postes de energia passaram a funcionar.

Mas acontece que aquelas fórmulas descrevem somente uma parte da realidade... aquela parte que nos interessa. Para a física quântica, por exemplo, estas fórmulas já não funcionam. A partir da física quântica as coisas se tornaram mais complexas e essas fórmulas não atendiam à necessidade de complexidade desta nova realidade, ou seja, elas eram muito SIMPLES! Se pensarmos bem, nem mesmo a física quântica é capaz de chegar na realidade, apesar de chegar mais perto que a física clássica.

O que quero dizer com isto é que o homem entende melhor o mundo de maneira simplificada. Se não fosse assim, não haveria necessidade da criação de fórmulas matemáticas que simplificassem a realidade para melhor compreensão da mesma. As informações chegam ao nosso cérebro de maneira bagunçada e confusa. Graças a grande capacidade de organização e simplificação dessas informações somos capazes de entender o mundo.

O mesmo acontece com nossas filosofias de vida. Como temos a tendência de simplificar as coisas para poder entendê-las, então é isto mesmo que fazemos. Encontramos uma problemática na nossa vida que nos faz pensar. A partir disto criamos uma teoria sobre a problemática. Esta teoria, por si só, já é uma simplificação da realidade pois, se não fosse, não teríamos como entender o problema. Como esta teoria não representa a realidade em cem por cento então estamos sujeitos ao erro.

É então que acontece a grande frustração. Passamos pela mesma problemática e surpresa! Nada do que você pensou como sendo certo funcionou. E pior, acabamos até agindo de maneira completamente diferente daquilo que teorizamos ser o correto! Então, depois de passada a crise, descobrimos que a teoria não funcionou e precisamos de outro modelo, outra simplificação. Parecia perfeito não? Mas não era. Desde o começo a teoria passou muito longe da realidade pois é assim que as teorias funcionam. Elas são apenas uma pequena parte da realidade, uma simplificação.

Finalmente criamos outra teoria sobre o mesmo problema. Mas a antiga teoria não vira lixo. Nunca foi lixo. Você só é capaz de criar uma nova filosofia melhor graças a antiga filosofia, aquela que não funcionou. Você cria a sua nova filosofia baseado na antiga. E assim se completa o ciclo. Mais para frente você se frustrará novamente mas, teoricamente, terá menos chances de errar.

É claro que isso não passa de uma teoria.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Relacionamentos

É incrível a grande capacidade que o homem tem de relacionamento. Na verdade, estou aqui digitando este post no meu notebook, tomando um chimarrão com todo o conforto do mundo graças a grande capacidade de relacionamento do homem. Entre outras coisas foi a capacidade de relacionamento do homem que nos permitiu ir tão longe. Somos de natureza coletiva mas creio que esse coletivismo, no fundo, é bastante individualista.

Acho que não existe nada neste mundo que não façamos por nós mesmos. Isto é biológico. Nosso cérebro nos condiciona a fazer somente coisas que nos fazem bem. Nosso cérebro é egoista pois pensa somente nele.

Muitos então vão pensar "Ah, mas e as pessoas que contribuem com fundos de caridade? Existem pessoas que ajudam os outros sem esperar nada em troca. Estas pessoas não são egoístas".

Não, estas pessoas não são egoístas se pensarmos da forma capitalista. Estas pessoas dão dinheiro e não recebem dinheiro nenhum dessa doação. Por isso é uma doação. Mas, se pensarmos mais a fundo, veremos que estas pessoas pensam nelas mesmas sim. O que estas pessoas ganham em troca é o prazer de estar ajudando. Ajudar o próximo nos dá um grande prazer e é isso que buscamos. Pensando dessa forma realmente não existe nada que façamos que não seja para benefício próprio.

Com os relacionamentos não é diferente. Apenas nos relacionamos com pessoas com as quais sabemos que podemos ganhar algo. O que queremos ganhar não importa (dinheiro, bons momentos, alguém para se abrir, um companheiro para baladas, conhecimento,sexo, etc), o fato é que se não podemos ganhar nada com uma determinada pessoa, de nada vale se relacionar com essa pessoa.

Pode parecer cruel, mas acho q é por isso que muitas amizades terminam. Você tira tudo aquilo que pode aproveitar de seu amigo. Se chegar uma hora que você (seu cérebro) achar que não há mais nada de bom para tirar de seu amigo, a amizade termina ou simplesmente param de se ver.

A conclusão de tudo isso é que somos parasitas? Esta é uma forma muito pejorativa de ver as coisas. Acontece que essa dinâmica toda que expliquei acontece de forma muito natural sem percebermos. No entanto nos acrescenta muito entender esta dinâmica. Se seu amigo não faz mais tanta questão de te ver significa que, entre outras coisas, os interesses de um dos lados mudou (ou dos dois lados) e que os benefícios não condizem com os interesses.

No final das contas, de qualquer forma somos sempre interesseiros.